domingo, 31 de agosto de 2008

Vinte minutos



Vinte minutos. 240 inspirações, 120 suspiros, 1500 batimentos de um coração normal, 1800 do meu.

Vinte minutos. De sorrisos, de dor, de saudade, de alegria, de gargalhadas, de sol, de lágrimas, de queixo tremelicante, de nuvens, de sonhos, de despertares, de arrepios, de abraços, de beijos, de certezas, de "sei lá", de incertezas, de medo, de coragem, de fraqueza, de força, de "tem que ser", de passos molhados, de pontos finais, de parágrafos ou de simples vírgulas.

Vinte minutos. Regressar ao passado, voltar ao aqui e agora, sem querer ter de pensar no amanhã. Vinte minutos que se querem parar e e não passar jamais, vinte minutos de desassossego, de fogo que já foi incêndio, de fogo que se mantém adormecido mas solta fagulhas, que queima às vezes sem doer, de chamas frias que mantêm o coração terrivelmente gelado, mas que o aquecem também. Vinte minutos que consomem. Vinte minutos de nada, vinte minutos de tudo.

Vinte minutos. Vinte vezes vinte vezes vinte vezes vinte vezes vinte. Minutos que fazem uma vida, contagem crescente ou decrescente?, minutos de paragem seguidos impreterivel e necessariamente de partidas, rumo ao "sei lá" ou ao que já se sabe, com um sorriso forçado nos lábios, que daqui a não sei quantos vinte minutos deixará de o ser (forçado...), que daqui a não sei quantos vinte minutos se transforma em lágrimas, que daqui a não sei quantos minutos se transforma em qualquer coisa que acalma a alma e ajuda a chama fria que arde e sempre arderá a manter o coração quente, pelos vinte minutos que já foram e pelos muitos vinte minutos que hão-de vir.

Vinte minutos. Agora de passos molhados. Que têm de ser.

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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Foda-se

Ponto final.


(Era mesmo só isto.)

domingo, 17 de agosto de 2008

Faz de conta


Faz de conta que tenho algo produtivo, brilhante e inovador para dizer ao mundo (por mundo entenda-se a meia-dúzia de gatos pingados que sabem que esta merda existe e cá vêm de vez em quando), faz de conta que tive uma revelação, que houve uma mega-rave neuronal e que se fez luz no meu dark brain. Faz de conta...

"Can people change?", muita gente dirá que não, eu tendo a inclinar-me para o... nim. (Não, não andei a devorar livros nem o programa do Doctor Phill!)

A mudança traz medos, inseguranças, chãos escorregadios, nevoeiro... exige o máximo mesmo dos não-preguiçosos e dos não-acomodados, exige esforço, empenho e "devoção". Exige que nos forçamos a (ou esforçamos por) ver a luz ao fundo do túnel, exige a crença de que céus mais claros virão, exige confiança - confiança sobretudo em si. Porque quem muda ou quer mudar, seja por que motivo for, tem primeiro de acreditar e confiar em si. Acreditar que quer, pode e manda! E o nim vem daqui... todos os seres humanos terão, julgo eu, esta "capacidade" de acreditar e arranjar forças em si, mas nem todos terão os olhos abertos para a reconhecer (ou vontade sequer para os abrir!).

Mudar é difícil, mas quando nos apercebemos que é possível, que podemos... porra, a força e a vontade e a pretensa (ou não) necessidade imperam e - saran! - acordamos um dia um bocadinho diferentes do que fomos no anterior. Diferentes, para melhor ou para pior. Eu, por mim, gosto de acreditar que querendo, que "mandando", será para melhor. Um dia à frente do outro.

Faz de conta... não, não vou fazer de conta. Acredito mesmo no que acabei de dizer.


E também gostava de ter um T1 só pra mim. Ou um T2 para mim e mais alguém. Os ratinhos também merecem! :)

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

The One


Há coisas que não entendo.

Dizer sim quando o não está mais que assente na alma, repetir - uma, outra, outra e outra vez - acções que achamos erradas, dar o dito (ou o pensado) por não-dito (ou não pensado). Gajos e gajas, vai dar tudo ao mesmo, somos todos feitos da mesma massa (hum...talvez mais as gajas...). Porque as promessas raramente são para cumprir, talvez porque raramente saiam dos neurónios que têm o nome pomposo de "coração".

Enfim, não percebo.

Ou finjo que não percebo.

Talvez sejam os neurónios que libertam o que quer que seja que nos faça sentir arrebatado/as, atraído/as intensa-profunda-imensamente por algo, enfim, talvez sejam esses a assumir o comando e as pernitas e bracitos e etcs lá vão atrás, à semelhança dum desenho animado que levita e, só pelo aroma, vai de encontro à tarte pousada no peitoril da janela.
Pois, só pode ser isso. Isso e estar farto/a de levar a vida a racionalizar a vida... nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, casamos (ou não), compramos carro, compramos casa, temos putos (ou não), poupamos para pagar a casa e os putos, trabalhamos, trabalhamos, descansamos, reformamo-nos, educamos os netos, e, saudáveis ou doentes, morremos.
E, de vez em quando, temos de dar o dito por não dito, temos de quebrar promessas feitas no calor do momento ou no frio do arrependimento, temos de dizer sim à maçã pretensamente proibida.

Este fim-de-semana eu estive assim, disse sim, cedi à tentação.

A minha conta bancária está imensamente mais leve, eu qualquer coisa mais contente. Porra, já não me lembrava de andar em tal corropio, entra e sai, entra e sai (de lojas...)... quando se juntam duas gaijas, é no que dá! E ofertei-me, sem dúvida, o melhor de sempre; algo por que me enamorei há algum tempo e que, ao fim ao cabo, me resume...

The One...

It's me! E agora mais bem-cheirosa.

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