domingo, 31 de agosto de 2008

Vinte minutos



Vinte minutos. 240 inspirações, 120 suspiros, 1500 batimentos de um coração normal, 1800 do meu.

Vinte minutos. De sorrisos, de dor, de saudade, de alegria, de gargalhadas, de sol, de lágrimas, de queixo tremelicante, de nuvens, de sonhos, de despertares, de arrepios, de abraços, de beijos, de certezas, de "sei lá", de incertezas, de medo, de coragem, de fraqueza, de força, de "tem que ser", de passos molhados, de pontos finais, de parágrafos ou de simples vírgulas.

Vinte minutos. Regressar ao passado, voltar ao aqui e agora, sem querer ter de pensar no amanhã. Vinte minutos que se querem parar e e não passar jamais, vinte minutos de desassossego, de fogo que já foi incêndio, de fogo que se mantém adormecido mas solta fagulhas, que queima às vezes sem doer, de chamas frias que mantêm o coração terrivelmente gelado, mas que o aquecem também. Vinte minutos que consomem. Vinte minutos de nada, vinte minutos de tudo.

Vinte minutos. Vinte vezes vinte vezes vinte vezes vinte vezes vinte. Minutos que fazem uma vida, contagem crescente ou decrescente?, minutos de paragem seguidos impreterivel e necessariamente de partidas, rumo ao "sei lá" ou ao que já se sabe, com um sorriso forçado nos lábios, que daqui a não sei quantos vinte minutos deixará de o ser (forçado...), que daqui a não sei quantos vinte minutos se transforma em lágrimas, que daqui a não sei quantos minutos se transforma em qualquer coisa que acalma a alma e ajuda a chama fria que arde e sempre arderá a manter o coração quente, pelos vinte minutos que já foram e pelos muitos vinte minutos que hão-de vir.

Vinte minutos. Agora de passos molhados. Que têm de ser.

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1 comentário:

Badmadafaka disse...

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